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Estudante piraquarense conquista o 2° lugar no Prêmio "MPT na Escola" e recebe homenagem

Publicado em 20/12/2021 às 00:00

Vitor Vinícius Bassani da Silva, estudante piraquarense de 10 anos, recebeu, na última sexta-feira, dia 17 de dezembro, uma homenagem da Escola Rural Municipal Marilda Cordeiro Salgueiro por conta de seu desempenho no Prêmio “MPT na Escola”, promovido pelo Ministério Público do Trabalho no Paraná.


O concurso, no qual participaram 106.252 estudantes de 114 municípios, tinha como objetivo envolver os alunos na luta contra o trabalho infantil e no incentivo à aprendizagem, realizando trabalhos nas categorias de Conto, Música, Poesia e Desenho. O texto de Vitor mostra a visão dele sobre o trabalho de crianças indígenas.


Em razão do ótimo desempenho, a direção e os educadores da escola prestaram uma homenagem ao jovem e as profissionais que deram toda a orientação e suporte a ele. O evento também contou com a presença do Prefeito de Piraquara, Josimar Fróes, familiares, além de representantes da Secretaria Municipal de Educação.


“É um orgulho não só para a Escola Marilda, mas para o município a conquista desse prêmio. Essa homenagem de hoje além de reconhecer o feito do Vitor, serve de incentivo e estímulo aos demais colegas estudantes. Registro os meus parabéns a ele e a toda equipe da instituição que também foi responsável por essa vitória”, destacou o Prefeito, Josimar Fróes.


Vitor realizou o trabalho com acompanhamento das professoras: Margarete Novaes Godoy Machado, Juliana Martins Teixeira Morini, a Coordenadora Pedagógica, Francislaine Aparecida Meira e a Coordenadora Municipal do Projeto, Leandra Santos Zeni. A Diretora da escola é a Cyone Soares Pereira Liduário. 


Confira na íntegra o texto do estudante:


Trabalho Infantil Indígena


Em uma cidade chamada Piraquara no bairro Guarituba, morava um menino chamado Vitor que tinha aproximadamente 10 anos de idade, vou contar uma coisa que aconteceu com ele há algum tempo atrás e que ficou para sempre marcado em sua memória.


Certo dia ele e seu padrasto foram de carro levar a mãe até o serviço dela, já era noite e o trabalho ficava bem longe da casa, quando de repente viu três crianças com sua mãe vendendo algumas coisas debaixo do viaduto da Rua Sete de Setembro em Curitiba.


Quando o carro foi se aproximando Vitor foi percebendo que a criança maior era uma menina e os dois menores, dois menininhos e o que vendiam eram artesanatos como: cestos, pulseiras e brincos enfeitados.


Toda vez que o sinal fechava, as crianças iam correndo até as janelas dos carros oferecerem os artesanatos e muitas pessoas não compravam as peças, mas acabavam dando dinheiro a elas.


Pelo jeito eles estavam dormindo na rua ou passavam a maior parte do tempo lá, porque estavam com colchões no chão, acho que estavam pelas ruas há vários dias. A mãe deles estava fazendo uns cestos bem bonitos e coloridos, acho que era para vender depois, porque eram iguais aos que estavam vendendo.


Naquele momento, além de muito impressionado, o garoto ficou pensando. Será que essas crianças não estudam? E se estudam, a quanto tempo não estão indo à escola e sim trabalhando ajudando a mãe? Pela aparência deles, pareciam ser índios. Índios também vão à escola?


O menino ficou com muita pena deles por estarem nas ruas durante dias e noites, mesmo que só estivessem ajudando era um trabalho e ali elas estavam correndo muitos perigos. Vitor teve a certeza que durante o dia o lugar de criança é na escola estudando e não trabalhando, e a noite descansando, sendo elas indígenas ou não.

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